Educador físico transforma distribuidora em ‘startup’ para salvar pequenos da falência e fatura R$ 10 milhões

16 de setembro de 2024 por Vanessa Brollo

O educador físico Kadu Pires é o nome por trás do Clube Mais Criativo, um ecossistema digital pioneiro no setor têxtil, que conecta indústria, varejo e consumidor final em uma plataforma colaborativa única. Sócio de uma distribuidora de tecidos desde 2011 ao lado da mãe, ele viu o negócio mergulhar em uma crise sem precedentes e para salvar o negócio criou uma solução tecnológica que que livrou não só ele, mas centenas de outros pequenos negócios na área de artesanato da falência.

“A pandemia aumentou muito o consumo desse tipo de serviço no Brasil, mas o que parecia ser uma ótima notícia para o setor acabou quebrando muita gente.Após esse ‘boom’ inicial o mercado entrou em retração e a dificuldade anterior na obtenção de matéria prima se tornou um estoque absurdo e parcelado para muitos pequenos negócios que, com poucas vendas, passaram a fechar”, explica Kadu.

Sem os pequenos negócios como clientes e com a concorrência cada vez maior das indústrias, ele criou uma plataforma colaborativa capaz de comprar artigos têxteis em grande quantidade e repassá-los aos pequenos negócios sem o lucro da distribuidora. O resultado foi uma economia de mais de R$ 1,5 mi aos parceiros em pouco mais de um semestre de atuação.

“O que a gente criou foi um clube de compras B2B. O pequeno negócio paga uma assinatura que é revertida em produtos e ‘destrava’ a distribuidora para poder fazer compras sem ter a necessidade de se comprometer com grandes quantidades”, analisa Kadu que criou sua ‘startup’ ao lado do publicitário e agora sócio Luiz Fernandes.

 

Além dos custos, Kadu também resolveu dentro de sua plataforma outra grande dor de cabeça dos pequenos. A plataforma vende artigos exclusivos para clientes e promete que os mesmos itens não serão repassados a concorrentes em um raio de 100km.

“O pequeno vendedor de tecidos precisa desta exclusividade para se relacionar com o cliente. O que acontecia era a necessidade de comprar grandes quantidades de um mesmo produto para de alguma forma tentar baratear o preço. No fim, isso significava menos opção para o cliente final e estoque encalhado”, relembra.

Após pouco mais de seis meses de atuação, o clube já conta com mais de 200 assinantes fixos e um faturamento previsto de mais de R$ 10 milhões para seu primeiro ano de vida. Os pequenos negócios pagam cerca de R$ 799,00 pela assinatura básica revertida em produtos e a intenção agora é aumentar a escalabilidade do negócio.

“O que nós fizemos foi transformar o negócio em uma Startup. Não existe mais lucro na distribuição. O que existe é a recorrência de compras e os valores de assinatura que tornaram o negócio sustentável. Quanto mais empresas. Melhores serão as condições”, explica.

Para o associado, o clube funciona como uma plataforma de acesso na internet e agora também existe a possibilidade de consultar valores, benefícios e compras direto por um aplicativo.

Além da possibilidade de comprar de forma colaborativa, o clube também trabalha com uma série de descontos em parcerias com fornecedores do setor.

“Essa parte é basicamente o mesmo já feito por outros clubes de compras dedicados ao consumidor final. Para o fornecedor é interessante praticar descontos e ter acesso a centenas de possíveis clientes”, pondera Kadu.

Após o sucesso no ramo de artesanatos, a dupla tem como meta expandir a área de atuação do negócio, mas ainda não detalha as datas. “Nossa plataforma serve para todo tipo de negócio no qual existam pequenos comércios e compras recorrentes. Papelarias, pequenos supermercados, confeitaria, cosméticos são alguns desses setores”, finaliza Luiz Fernandes.

 

@clubemaiscriativo