Trabalhado com pallets a Alba e o Leumar têm uma rotina tranquila e ainda desfrutam da companhia da netinha da Alba, a Maitê, que está sempre por perto. Mas nem sempre foi assim. O Leumar trabalhava como garçom, em São Paulo. Ele se mudou para Curitiba para abrir uma loja de roupas com a irmã, mas o negócio não deu certo e eles ainda sofreram com assaltos. Segundo a Alba o marido estava frustrado e sentia necessidade de fazer algo diferente. E foi a própria Alba quem acabou inspirando o marido. "Um dia eu comentei com ele que tinha vontade de fazer uma sapateira de caixotes de feira, então ele resolveu fazer uma surpresa e me presentear com uma feita por ele mesmo. Juntou alguns pallets e fez as caixas utilizando apenas pregos e um serrote. A sapateira ficou uma graça, eu adorei e logo pedi a ele para fazer um fruteira”. As primeiras encomendas foram feitas pela família e, aos poucos, o Leumar foi fabricando, isso mesmo, fabricando as ferramentas que necessitava. Com tutoriais do Youtube ele fez até a própria serra elétrica.
Enquanto o Leumar se encontrava com o artesanato em pallets a Alba refletia sobre a própria vida profissional. Ela trabalhava como gerente em uma grande seguradora mas foi demitida."Quando saí de lá, estava profundamente estressada e em vias de ficar doente. Então decidi que não voltaria para aquele mercado como empregada, queria independência”. Ela montou uma corretora de seguros, mas fez uma parceria com uma grande corretora. Com isso ganhou mais tempo para ajudar o marido com os pallets. “Cuido de todos os detalhes da venda e atendimento ao cliente, logística e divulgação”. Segundo a Alba, o Leumar hoje adora o que faz e está sempre inspirado e cheio de energia e ela, apesar de administrar a corretora e a empresa de pallets, agora tem horário flexível e muito mais liberdade. Com uma rotina menos tensa, a Alba consegue cuidar da netinha a Maitê, que fica com ela no período da tarde. "Como basicamente o trabalho que tenho é responder emails, efetivando as vendas e a logística de entregas, sempre pela internet ou whatsapp, consigo ainda me virar nos 30 e dar muito carinho e atenção pra minha netinha”. E a vovó coruja ainda elogia a pequena Maitê que até já aprendeu a testar a qualidade da madeira. “Quando a peça está pronta ela vai e passa mãozinha pra ver se está lisinho, entra dentro e espera eu tirar as fotos , quase toda as caminhas tem fotos dela testando, deitada ou sentada.
-Entendo que é importante ter afinidade ou algum tipo de experiência na área que deseja trabalhar, porque você vai mergulhar de cabeça e sem esses ingredientes pode faltar fôlego.
-Se puder, faça alguns test- drive. Por exemplo, se você quer fazer roupas, faça algumas aulas de corte e costura, conheça um pouco o cenário e veja como se inserir. Avalie qual a distância que irá percorrer entre o que deseja fazer e o que pode fazer.
- Não abra demais as torneiras, porque o seu recipiente pode transbordar e você estragar tudo logo de cara. Ou seja, tem pessoas que conseguem atrair rapidamente o interesse dos clientes porem não conseguem corresponder seja por prazo, qualidade, estrutura, ou por circunstâncias. Então a frustração sua e a de alguns clientes pode arruinar tudo.
- Tem uma frase que eu disse quando saí da última empresa, que muitos colegas daquele tempo guardam e a utilizaram para si mesmo, e me relembram sempre: “Existe vida fora da corporação, nada mais que vida”.
-Todo movimento seja espontâneo ou provocado, te remete para uma caminhada, você pode brecar e ficar no mesmo lugar até que sirva para outra empresa ou criar seus próprios movimentos, para brecar precisa força e para seguir também, você quem irá escolher a paisagem da tua estrada.