Muita gente vende roupas e para quem sonha em empreender, fica a dúvida: Será que vale a pena entrar em um setor com tanta concorrência? O que posso te dizer da minha experiência entrevistando empreendedores é que a dica é: faça diferente. Essa é a melhor maneira de enfrentar a concorrência em qualquer setor. Falando especificamente de roupas tem alguns exemplos que podem te inspirar .
É o caso das amigas e sócias Camila Machado e Gabriela Fedrizzi. Uma jornalista a outra arquiteta. Em um momento em que estavam insatisfeitas com as profissões tiveram a ideia de fazer a curadoria de peças de roupas para vender.Para se diferenciar, entregam sacolas com roupas na casa das clientes . As empresárias dizem que faz toda diferença a comodidade de receber as roupas em casa e ter tempo para experimentar também com outras peças do guarda roupa e é difícil não venderem pelo menos uma peça. Elas têm uma dica para quem quer entrar nesse setor de venda de roupas: “Conte para os amigos o que você está fazendo. São eles que vão te divulgar e ajudar a formar clientela”.
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A Késsia Fornaciari Macedo atuou dois anos como advogada da área empresarial,só que o stress do trabalho com Direito começou a pesar e ela decidiu dar uma reviravolta, buscar novos caminhos. Como sempre teve uma queda para o comércio, começou a pensar nessa possibilidade como Plano B. Criou uma marca própria de roupas e descobriu no dia a dia que o empreendedor trabalha muito mais do que quem é funcionários. Já teve final de semana, participando de feiras, que ela trabalhou mais de 14 horas, sem contar os dias que antecedem um evento, quando precisa correr atrás da produção de novas peças, controle de estoque, montagem do stand, divulgação , etc. A dica da Késsia para quem sonha em empreender nessa área: “Faça tudo com muito amor e suor! Nada vem fácil e nada feito de qualquer jeito vai pra frente. Então cuide de cada etapa da produção, valorize seu cliente, seus fornecedores, seus colaboradores, seus amigos e familiares que te ajudam sempre”.
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A Catarina Andrade hoje tem uma sala comercial para vender calças femininas, atende com horário marcado e conta com uma clientela fiel. Mas não faz muito tempo que ela se tornou empresária. Quando se casou a Catarina decidiu que não trabalharia fora. Durante muito anos foi dona de casa para cuidar das três filhas, que são o grande orgulho dela. Com as filhas encaminhadas e viúva ela foi atrás dos próprios sonhos. Começou revendendo calças femininas de porta em porta e aos 53 anos decidiu abrir a própria empresa. Segundo a Catarina é preciso ter muita garra, vontade e amor todos os dias. E ela também tem dicas para quem pensa em vender roupas: “Não tenha vergonha de colocar as malas dentro de um carro e sair vendendo. Tenha orgulho do seu trabalho e saiba cobrar. Não é porque você vende de porta em porta que deve ter prejuízo com inadimplência”.
Contato Catarina calças: (41) 99739 9447
Se a ideia é fazer diferente, veja o exemplo da Marina Ribeiro e da Luisa Piechnik (mãe e filha). Elas têm uma loja virtual de roupas infantis, mas no site não tem nada que indique o que é roupa para menino ou para menina. Não definir o gênero é o diferencial das empresárias, que têm clientes em todo o Brasil. Uma loja virtual pode ser a solução para evitar muitos gastos, mas a Marina alerta que são muitos os desafios:“Tenho que atender todas as pontas: e-mail, anúncios, mídia, post em rede social, acompanhar rastreio nos correios, tem que ter fotografia bonita, escrever no blog… enfim, as demandas são inúmeras e todas necessárias no mesmo nível de importância”. E sobre empreender a dica da empresária é a seguinte: “É preciso ter paciência e perseverança. Não acontece rápido, não é mágico, é como montar um castelo de tijolinhos. Um sobre o outro, um a cada dia. Uma hora cai tudo e é preciso ter força para reconstruir. A vantagem é que a cada reconstrução a gente faz melhor e melhor, mas é preciso já contar com isto desde o início. Desde que começamos com a loja, acompanhamos tantas outras que abriram e fecharam porque os empreendedores esperavam uma resposta muito mais imediata, que não aconteceu”.